SOBRE A PEÇA
Bernardo Bauer é mineiro, nascido em Belo Horizonte há 30 anos.
Tocou e ainda participa em diversos projetos baseados na capital de Minas, entre eles a banda instrumental Pequeno Céu e o destaque no cenário indie, Moons.
Mas é em seu projeto solo que consegue trazer todas as inquietações, a sensibilidade e a entrega que tem vivido, desde 2014, quando decidiu assumir sozinho um trabalho autoral.
E “sozinho”, nesse caso, significa um processo realmente solitário. Em suas músicas, Bernardo é acompanhado apenas de seus equipamentos que o ajudam a soar como mais de um. Ao vivo ele conta com uma loopstation – um equipamento que grava e repete partes do que é executado, possibilitando o músico tocar em cima dessas amostras, construindo pouco a pouco diversas camadas de som.
Seu estilo único de cantar é visceral, e esse é o tom que suas poesias ganham em suas músicas. “A temática da poesia é crítica com relação à revolução tecnológica, a busca de reconexão com os instintos animais e esse lance quase sertanejo de amor à simplicidade. Acredito nesse tipo de estética, algo menos moderno”, explica Bauer.
Release – pelomenosum
Em 2015 Bernardo lançou sei primeiro single após ganhar o concurso Mono.Tune New Track, uma parceria entre o selo paulista e o site de música Monkeybuzz.
Agora, em 2017, o músico lança o disco “pelomenosum”, assim escrito tudo junto e em minúsculas.
O processo de concepção do álbum foi despretensioso, artesanal e como todo o projeto, uma viagem solitária para dentro de suas questões. Bauer usou apenas voz, violão, percussão corporal e incorporou nas gravações o som ambiente dos sítios onde gravou o disco. Foram duas vivências diferentes; a primeira em Pratinha (400 km de Belo Horizonte) e a segunda, alguns meses depois, em Santana do Riacho (130 km da capital mineira).
“O sítio de Santana do Riacho era a casa do seu Cardoso, avô da minha namorada. Ele era um homem muito inspirador, tinha muitos livros e anotações espalhadas pela casa. Eu praticamente só gravava a noite, quando era difícil lidar com o fato de que eu estava ali, completamente só, no meio do mato. Algumas das letras foram escritas de olhos fechados numa espécie de psicografia, com as palavras que vinham à mente na hora. Muitas dessas vezes eu fui tomado por um frio na barriga indescritível” conta Bernardo.
Além dessas influências diretas do ambiente, o disco nos traz um leque rico em referências musicais e poéticas. Nas palavras, podemos ouvir uma mistura de Almir Sater, Gil e Belchior. Nos arranjos, as músicas vão além do território brasileiro e buscam Bon Iver, Fleet Floxes, tUnE yArDs e Radiohead.
“Também sempre acompanho as coisas que meus amigos e conterrâneos tem feito aqui, e acabam me influenciando muito com essa troca mais íntima, como os sons do Henrique Cunha, do Matheus Fleming, Rio Sem Nome, Sentidor, Sara não tem nome, Luiz Gabriel Lopes, Kristoff Silva, Invisível, Câmera. Mas se fosse pra ter uma referencia única no brasil acho que seria o Tom Zé, por sua pluralidade”, explica Bauer.
O álbum sai de seu total cuidado em apenas dois momentos: quando se trata da parte visual, com a capa do disco sendo assinada pela designer Laura Moretzsohn. E a parte técnica de mixagem e masterização ficou sob os cuidados de Leonardo Marques.
pelomenosum é um recorte sensível sobre a nossa época; uma era moderna conectada com o mundo mas que ignora sua essência.
O disco é um lançamento do selo paulista Mono.Tune Records e está disponível para download gratuito no site http://monotunerecords.bandcamp.com e para streaming em todas as principais plataformas.
Para ouvir:
Redes sociais
:: Facebook // You Tube //Sound Cloud